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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

RETROSPECTIVA VIRTUAL

Hoje, no conforto de nossos lares, podemos rever amigos da infância, da adolescência, colegas de trabalho, de colégios... estampados bem em nossa frente, através de fotos e vídeos que aparecem na tela do monitor. Alguns, às vezes, se apresentam, ao vivo, pela televisão.

Assim, voltamos embaralhando o tempo pueril... Cantamos o Hino Nacional... Brincamos de pique bandeira... Corremos despreocupados pelos corredores das escolas... Rejuvenescemos com as recordações “daqueles rostos juvenis” que, na hora do recreio, provocavam uma só algazarra: bola ao mastro, pingue-pongue, torneio de futebol... lanche na cantina... Relembramos as eternas peladas do sábado à tarde.

Ensaiamos, com a Banda Marcial, a marcha para o desfile no dia 23 de maio ou 7 de setembro... Ouvimos estória, tipo: “Os meninos da Rua Paulo”... Contamos as dezenas do terço, decoramos o Santo Evangelho, vestimos o uniforme de gala... ouvimos o sino, revivemos os professores, alguns fatos pitorescos nos beliscam, algumas suspensões (injustas), poucas brigas (por nada)... Aguardamos ansiosos... as notas no boletim... do mês... do ano... (arrependidos por não termos estudado um pouco mais).

Às vezes, assistimos às aulas, ainda suados, devido à correria no recreio, pois ao toque do sinal, as filas já deveriam estar devidamente formadas em frente à porta de cada classe. Relembramos os lugares onde cada um sentava - pois a carteira era cativa - ser mudado de lugar significava severa punição...

Hoje fiz uma viagem saudosista pelo cérebro, um passeio turístico retrospectivo por lugares que ficaram bem guardados, porém permaneceram esquecidos no corre-corre preferencial do dia a dia.
Reabri um e-mail, contendo a relação de uma turma inesquecível... “inesquecível” talvez seja um termo meio exagerado, mas se encaixa perfeitamente no contexto geral. Já que a memória, após (x+y-1966) = muitos anos, esqueceu em qual área arquivou algumas faces que não se associam mais ao nome. Outros colégios, outras lembranças embaçaram os olhos... Acrescentei até uma listra branca numa gravata azul... Visitei outras salas... Joguei bolinha de gude, soltei pipa, pião, troquei gibi no Cine Continental... Revivi diversas turmas... Fiz trabalho em grupo... Participei de excursões... Fui calouro... Vesti beca... E suspirei...

Quantos colegas do passado retornam, hoje, em uma saudade virtual que se concretiza viva. Respondem a uma chamada nominal da tecnologia moderna – computador - cuja presença nele, permite que todos participem e dividam a nostalgia das fisionomias que se perderam no tempo, mas que se encontram através das páginas da Internet.

Sabendo que a probabilidade de uma reunião física, fica bem perto do impossível e a presença virtual - grande meio facilitador - nos garante um “teleconvívio”... incentivo a todos que se cadastrem nas redes sociais existentes, criem sociedades e espalhem fotos e sorrisos de uma época que não retorna mais, porém a lembrança emocional fica nítida e fortemente gravada quando descobrimos uma face com a qual convivemos. Assim, formaremos uma “comunidade individualista” - sempre disponível - para amenizar a saudade que, a cada dia que passa, se torna mais... “experiente”.
Afinal: a janela de nossa casa é a tela do nosso computador.

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